Era uma vez uma velhinha
Quase cega
Coitadinha
E já mal podendo andar
Encostada ao seu bordão
Sempre olhando para o chão
Lá na estrada a passar
Ouvindo um cão que ladrou
A pobrezinha parou
Olhando em roda assustada
Quis fugir não conseguiu
Tentou correr mas caiu
A pobrezinha, coitada.
Nisto surge uma menina viva formosa e ladina
Que ao vê-la caída no chão
Correu logo pressurosa condoída e carinhosa
E à velhinha deu a mão.
(e a menina diz)
Eu a levanto avózinha e a levo à sua casinha
Onde lhe dói, o que tem
Diga que eu vou já buscar
Qualquer coisa para a curar
Vou pedir à minha mãe
(e a velha disse)
Não foi nada meu amor
És um anjo, uma flor, ajuda-me só a andar
Deus te pague a tua bondade com muita felicidade
Disse a velhinha a chorar.
Zé Carlos, Monte das Vargens.
16 de Agosto de 2020
02 comments on “A velhinha”
Adoro essas histórias essa gente
Essa vila
Tenho alguns amigos ai
Alguns no projecto e se me permitem vou tentar seguir
Um transmontano
Adoro esse poema, que ouvi várias vezes à minha avó paterna ☺. Obrigada por mo ter lembrado.